João Resende, avançado de 2003 do Sport Lisboa e Benfica é um goleador nato. Iniciou a sua carreira na AD Fafe, clube da sua terra e cedo demonstrou talento. Chegou à cidade de Guimarães na época 2015/2016 e a Lisboa para representar as águias em 2019/2020 assinando um contrato profissional à chegada. Esta época marcou 24 golos em 19 jogos no campeonato nacional de juvenis, tendo participado num jogo da 1ª divisão do campeonato nacional de juniores.
1- Iniciou a carreira na Associação Desportiva de Fafe, como surgiu a paixão pelo futebol? Nesses tempos alguma vez pensou em ser profissional no Benfica?
Não me lembro bem como surgiu a paixão pelo futebol. No início apenas jogava futebol com o meu irmão enquanto brincávamos juntos, todas as nossas brincadeiras eram relacionadas com o futebol e acho que a partir dessa altura se tornou uma obsessão para ambos. Mais tarde, aos 7 anos a nossa mãe inscreveu-nos aos 2 na AD Fafe, o clube da minha terra, que foi onde desenvolvi as primeiras noções de jogo coletivo e amizade. Desde muito novo, quando via os grandes jogos na televisão, que o meu sonho era estar lá também, e assim foi crescendo o sonho de um dia poder estar no lugar dos meus ídolos.

2- Como surgiu a oportunidade de ir para o Vitória Sport Clube?
Quando tinha 12 anos achei o projeto do Vitória SC bom para o meu crescimento, não só pelas condições mas também por ser um clube que fica muito perto de minha casa e me dava estabilidade emocional para continuar a desfrutar do jogo.

3- Estreou-se pela seleção nacional em 2017/2018, qual o sentimento de cantar o hino e representar o seu país?
Naquela altura, era o primeiro torneio de seleção para a minha geração, 2003, e era o meu maior objetivo de época ser convocado. Quando soube que fui convocado fiquei extremamente feliz. Cantar o hino e representar Portugal pela primeira vez foi algo indescritível, ainda para mais por ter marcado um hat trick na primeira internacionalização.
4- Qual o sentimento quando assinou contrato profissional com o Sport Lisboa e Benfica?
Assinar pelo Benfica é sinal que estamos a fazer o nosso trabalho bem, ainda para mais com contrato profissional logo após fazer 16 anos. Foi um sentimento de satisfação e prazer por ter a possibilidade de representar um clube com a dimensão do Benfica na melhor academia em Portugal.

5- Como lidou com facto de estar em 1º lugar no campeonato nacional de juvenis Zona Sul e não puder disputar a fase de apuramento de campeão devido à pandemia ao nível psicológico e físico?
Foi frustrante não poder concluir o campeonato, especificamente na parte mais importante, onde íamos lutar pelo título. As primeiras duas fases funcionaram como preparação para esta última, que é o momento mais interessante da época, onde só estão os melhores. Não poder disputar a fase final devido a uma pandemia, algo que nunca antes acontecera, a nível psicológico foi uma desilusão. A nível físico foi uma oportunidade de evoluir que perdemos, pois nesta fase é preciso melhor capacidade física, a qual viemos a desenvolver até agora e não podemos dar continuidade.
6- Que ambições tem no futebol a longo prazo? No futuro pretende conciliar com a vida escolar?
A longo prazo tenho vários objetivos que pretendo cumprir, alguns mais fáceis que outros, mas por enquanto penso passo a passo e apenas me foco no que está ao meu alcance num futuro próximo. Pretendo conciliar a vida desportiva com a vida académica, até porque a vida de um futebolista é curta e por enquanto a escola ainda é a opção mais segura e que mais garantias me dá para o futuro. Não tenho a ideia de apenas jogar futebol, quero me formar e frequentar a universidade enquanto for possível, dependendo da carreira desportiva claro.

7- Qual o pior momento da sua carreira até aqui? Qual o conselho que daria para que outro no seu lugar o superasse?
Até agora o pior momento na minha carreira foi o último ano no Vitória. Foi um ano muito instável no qual aprendi muito a nível psicológico. Algo muito importante que retirei dessa fase foi que, independentemente das condições em que estamos inseridos, o nosso trabalho depende apenas de nós e não devemos ir abaixo pelas ações de terceiros, seja qual for a situação.
8- Qual é o jogador de referência?
O meu ídolo de infância foi o Neymar. É um jogador que adoro, o seu estilo de jogar e a sua qualidade são coisas que me inspiram. No entanto, tendo em conta um panorama mais amplo, dois jogadores que admiro muito são o Ronaldo Fenómeno e o Denis Bergkamp. Estes dois são duas referência para mim atualmente.

9- Principal objetivo para 2020?
Para 2020 não tenho nenhum objetivo específico traçado, até porque tem sido um ano singular, no qual tem acontecido de tudo, ninguém parece conseguir prever o que vem a seguir. Deste modo, ainda estou a avaliar o que se vai suceder para poder formular alguns objetivos para mim.
10- Quem mais o apoia nesta caminhada?
Tem sido várias as pessoas que me apoiam ao longo desta caminhada. De todas, destaco a minha família que sempre me apoiou desde o início e esteve presente em todos os momentos.