Nuno Pedras, médio ofensivo do Leixões SC foi uma das referências na 1ªfase da Liga Revelação conseguindo assim o apuramento para a derradeira fase de campeão da sua equipa. Evoluído tecnicamente e com boa qualidade de passe o jovem médio passou pela formação do Vitória Sport Clube, tendo também jogado no Campeonato de Portugal, antes de chegar a Matosinhos.
Iniciou o seu percurso no Grupo Desportivo Recreativo Cultural Os Sandinenses, como surgiu o seu gosto pelo futebol?
Desde cedo comecei a jogar à bola com os meus colegas de escola e o meu gosto pelo futebol surgiu desde essa altura. Aos seis anos entrei para o clube da minha localidade GDRC Os Sandinenses, muito por influência do meu pai, que também fez carreira neste desporto. A partir daí a minha paixão pelo jogo começou a crescer cada vez mais.
Na época 2010/2011 ingressou no Vitória SC, que impacto teve esse passo na carreira, sendo tão jovem?
A ida para o Vitória SC foi o primeiro passo em frente. Com apenas dez anos soube lidar muito bem com a responsabilidade acrescida. Foi uma etapa muito importante para mim pois correspondeu a oito anos do meu percurso de formação, o que me permitiu evoluir imenso.

No escalão júnior teve pouco tempo de jogo o que acabou num empréstimo ao CC Taipas e na época seguinte saiu para o Futebol Clube de Vizela. O que sentiu quando as coisas começaram a não correr bem?
O primeiro ano de júnior nunca é fácil para a maioria dos jogadores. Tínhamos uma equipa de enorme qualidade e até final de dezembro não tinha somado os minutos que pretendia. Como queria jogar mais, a solução encontrada junto da direção foi sair por empréstimo. De todas as possibilidades em cima da mesa, acabei por ser emprestado ao CC Taipas, até final da época. Onde encontrei uma equipa a lutar pela manutenção na 2ª divisão nacional. O que restava da época correu-me de feição, acabei por somar os minutos que esperava e fazer golos e assistências. Tínhamos um excelente grupo, orientado pelo mister Vítor Dias, e acabamos por cumprir o objetivo do clube.
Nos juniores do Futebol Clube de Vizela fez uma boa época na 2ª divisão júnior, o que levou à sua estreia no Campeonato de Portugal pela equipa sénior, apesar das elevadas ambições, que balanço faz dessa época e qual o sentimento ao fazer a estreia?
Na época seguinte acabei por não regressar ao Vitória SC e tinha assinado pelo FC Vizela. Os bons resultados e exibições na equipa de sub-19 do clube, que culminariam na subida à 1ª divisão nacional, permitiram-me integrar os trabalhos da equipa principal, às ordens do mister Rui Amorim, a partir de metade da época. Foi o primeiro contacto com o futebol profissional e acabei mesmo por fazer a estreia no Campeonato de Portugal. A estreia foi um momento especial e inesquecível que irei guardar na minha memória, assim como, o carinho enorme pelo clube e pelos adeptos.

Jogou vários jogos no Campeonato de Portugal pelo Centro Desportivo de Fátima e pelo Sport Clube Maria da Fonte na época passada e esta na Liga Revelação pelo Leixões Sport Clube, quais as principais diferenças entre as competições?
A Liga Revelação está repleta de jovens jogadores com talento e irreverência. Equipas que gostam de ter bola e que praticam bom futebol, estou a adorar jogar esta competição que permite aos jovens jogadores atuar em grandes palcos do futebol português e, assim, estarem mais preparados para a transição para as equipas principais. É um campeonato muito competitivo e com uma enorme visibilidade. A principal diferença entre as duas competições é que o Campeonato de Portugal para além de ter jogadores com qualidade, conta com jogadores mais experientes e com mais anos de futebol, o que é muito bom para os jovens jogadores poderem aprender com eles. Também é um campeonato bastante competitivo e que dá uma grande visibilidade aos jogadores.
Tem sido um dos maiores destaques na Liga Revelação, sente que está próximo da estreia na 2ª Liga?
O meu foco é continuar a ajudar a equipa sub-23 do Leixões SC e dar continuidade à grande época que temos vindo a realizar, retribuindo a ajuda que os meus colegas me têm dado. Estamos na fase de apuramento de campeão da Liga Revelação e vamos lutar para atingir os nossos objetivos. Mas, como é óbvio, não escondo que o meu objetivo é chegar o mais rapidamente possível à equipa principal e, para isso acontecer, muito depende do trabalho realizado na equipa sub-23.

Numa das entrevistas dadas ao canal 11 o selecionador nacional sub-21, Rui Jorge, falou da importância que tem o Campeonato de Portugal para a FPF essencialmente para o destaque dos jovens, onde falou no seu nome. Qual a sua opinião e quão difícil é a transição de júnior para sénior no Campeonato de Portugal?
A transição de júnior para sénior é decisiva para a carreira de um jogador de futebol. É a primeira oportunidade para se afirmarem e se darem a conhecer. Nesse sentido, todos os anos o Campeonato de Portugal dá visibilidade a jovens jogadores que não têm o seu espaço de forma imediata nas equipas profissionais da II e I Liga. Apesar da transição não ser fácil, os jovens encontram um ambiente favorável à sua evolução e um palco para se poderem mostrar. E as palavras do mister Rui Jorge provam isso mesmo. As pessoas estão atentas ao Campeonato de Portugal, em especial aos jovens valores que crescem com os jogadores mais experientes, porque há muita qualidade na I e II Liga, mas o Campeonato de Portugal não pode ficar esquecido pois está cheio de jogadores com qualidade que rapidamente podem dar o salto para os patamares profissionais.
Em que campeonato gostaria de jogar sem ser o português? Por que equipa?
Confesso que gostava de passar por todos os patamares do futebol português. Já estive um ano no Campeonato de Portugal, este ano estou na Liga Revelação e gostava de passar pela II Liga, mas claro que o desejo é, um dia, chegar à I Liga. Penso que seria muito importante para mim evoluir passo a passo e retirar o melhor dos diferentes campeonatos até chegar ao nível máximo do futebol nacional. Mas claro que o meu sonho é chegar à elite do futebol mundial e jogar nos melhores clubes, em campeonatos como a Premier League, La Liga ou Serie A. Sem preferência por nenhum clube em específico. E, como é óbvio, tenho o sonho de representar a Seleção Nacional.

Qual o pior momento da sua carreira até aqui? Qual o conselho que daria para que outro no teu lugar o superasse?
Deixando as lesões de parte, os piores momentos são quando os jogadores somam menos tempo de jogo do que o que pretendiam. Mas têm de continuar a trabalhar diariamente para quando a oportunidade surgir estarem preparados.
Quem mais o apoia nesta caminhada?
Desde o início conto com o apoio de toda a minha família, assim é em tudo. Os meus amigos também têm um papel fundamental, assim como os meus empresários. São eles que me levantam nos momentos mais complicados e que ficam felizes com meu sucesso. Por isso, o meu sucesso é o deles.
Se não fosse jogador profissional o que faria?
Ser jogador profissional de futebol sempre foi o meu sonho e o meu principal objetivo. Paralelamente, estou no último ano da licenciatura em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho na área de Jornalismo e Informação. Um dia mais tarde, gostava de ser profissional na área da comunicação, em especial ligado ao desporto e, se possível, ao futebol. Por outro lado, também gostaria de ficar ligado ao futebol de forma mais direta. Ou como membro da estrutura diretiva ou até mesmo como elemento de uma equipa técnica.